Testemunha de um Crime - Capítulo 15

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TESTEMUNHA DE UM CRIME


Novela de
Luiz Gustavo

Capítulo 15 de 30



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CAPÍTULO 15


música de capítulo: Save Me – Remy Zero

Sentado ali naquela saleta completamente solitário, meu sentimento era único: o de tristeza. Com meu pai em coma e a Andressa sumida, acerca de um dia, ficar quieto por muito tempo me faz pensar em muitas coisas estranhas que acabam me dominando por completo, é como um anjo das trevas que infesta o meu espírito. Parece que não adiantou a polícia ficar próximo e me proteger, sendo que não defendem os que estão em minha volta. Sinto que tenho que tomar partido ou vou acabar assim, culpado, ressentido, magoado. Não quero fazer drama, mas devo que enfrentá-los de frente para salvar aqueles que amo, mesmo que isto custe a minha própria vida. Isso vou fazer e não me arrependerei.
David desce para a lanchonete. Os momentos de felicidades são como reflexos distantes de um futuro. Observa o pequeno pedaço de terra do lado de fora sendo castigado por uma tempestade naquela manhã, a essa altura os amigos devem estar no colégio estudando, sente a falta desse blasé, da mesma forma planeja encontrar Andressa e ver o patriarca bem. No entanto, nada se liga agora, tudo continua embaraçado.
O adolescente se aproxima do balcão, tenta comer alguma coisa, mas nada desce pela garganta a não ser a água.
Seu telefone tocou, por pouco não atendeu. Tinha esperanças de serem os Yamashitas ou a polícia militar avisando que sua namorada havia sido encontrada. Ao colocar o aparelho no ouvido, escuta um timbre masculino do outro lado da linha. David se recolhe a um lugar reservado, para que pudesse ouvir perfeitamente.

- Sentindo falta da vadiazinha? – Disse a voz.
- Cadê minha namorada seu filho da puta?
- O pivete sabe xingar?

David enrijeceu.
- Me fala onde ela está. Por favor!
O homem deu uma pequena gargalhada e David soltou mais uns palavrões, a pessoa queria tirá-lo do sério e alcançava com êxito. O garoto consegue um ponto de equilíbrio apenas quando escuta o tom feminino, ecoando no fundo da ligação, pedindo socorro.

- Anote o endereço.
David retorna para o balcão e pede uma caneta emprestada da lanchonete e escreve num guardanapo o local que deve estar, desacompanhado, ás duas horas da manhã nesta madrugada.

- O que me garante que irei de encontrar ela viva?
A linha fica completamente muda. David não obtém respostas.

David não contou nada para a polícia militar sobre a ligação recebida e muito menos o que pretende fazer. Ele foi chamado até o quarto do pai que tinha de despertado bem antes do que os médicos imaginavam. Mas isso não significa que o paciente está literalmente recuperado.

- Filho, você está correndo risco de vida.

David segura as mãos do patriarca meio emocionado.

- Esses homens não irão sossegar. Você tem que ser forte e lutar com as próprias armas.
- Pai.
David preferiu manter tudo em segredo, o sequestro de Andressa Yamashita, a fuga de Junior Brandão e obviamente a ligação no começo daquela manhã. As forças se juntavam dentro do seu corpo como pequenos grãos.

- Os policiais estão cuidando de tudo, não se preocupe.
- Não esconda nada de mim. Hoje foi comigo, levei um tiro, quase morri, mais e amanhã? Eles podem te pegar. Não quero te perder prematuramente da mesma for que ocorreu com sua mãe.
É difícil para o adolescente não falar nada, afinal é o seu principal conselheiro na vida, quem lhe ensinou tudo, mas nesse instante precisa aprender andar sozinho sem a ajuda de ninguém.

- Eu te amo pai.
- Também filho.
David despede-se com um olhar tímido ao fechar as portas, tudo que queria era se entregar aos prantos por pelo menos um minuto, mas precisa manter as aparências. Ao voltar à sala de espera, divisa as pernas morenas de Amanda Lopez, que traja um vestido curto até os joelhos e rodado, deixando sua cintura fina marcada. Os cabelos ruivos dela estão presos num rabo de cavalo.

- Bom dia, Amanda. – Fala o garoto meio desanimado.
- Está tudo bem contigo?
- Não.
- Você quer conversar?
- Claro. Acho que você é uma das poucas pessoas que posso confiar nesse momento.

David segura as mãos de Amanda, em poucos minutos estavam sentados um a frente do outro na lanchonete do hospital, naquela tarde fria que os paulistanos conhecem perfeitamente.

Amanda Lopez mexe lentamente o chocolate quente, enquanto David observa a vista, uma lagrima escorre pelo seu rosto, mas acaba limpando rapidamente, para que ninguém notasse.

- O que tenho a dizer, fica só entre dois.
- Certo.
- A Andressa foi sequestrada pelos capangas do Junior Brandão, me sinto sem-terra agora, sabe? Como se minha vida estivesse se quebrado no avesso, tudo gira em sentido contrário, nada mais dá certo depois daquela noite desgraçada. Não sei mais o que fazer, sinceramente, a não ser me entregar a esses miseráveis para salvar a pessoa que amo.
- Como assim se entregar?
- Eles me ligaram, pediram para comparecer a um local ás duas horas da manhã, ou caso o contrário nunca mais verei a Andressa.
- Você não vai vê-la de qualquer jeito.
- Do que você está falando Amanda?
- Não está na cara David? Esses homens vão te matar.
- Eu sei.
- Não seja fraco.

Amanda acaricia os punhos frios do adolescente.

- Sempre lute.
- Obrigado.

Amanda esboça um leve sorriso.

- Hoje ás duas horas manhã?
- Sim.
- Eu vou ir junto contigo para lhe ajudar e não há nada que você diga que mude a minha ideia. Sou uma mulher decidida.

David balança a cabeça negativamente.

- Amanda. Não posso te levar, por favor, entenda.
- David, você sabe que está correndo risco de vida?
- Por isso mesmo. Não quero que tu sejas a próxima vítima desses caras.
- Eu não vou largar do seu pé, e se você for sem mim, chamo um dos agentes da polícia militar para lhe impedir.
- Tenho outra escolha?
- Se você quiser salvar a sua amada: NÃO.
David admira a coragem da amiga, mas sabe que essa jornada não será um conto de fadas.

- Ok. Vou te levar, mas antes temos que ir até a minha casa.

Os dois se levantam da cadeira e saem pelos fundos do hospital para não chamar atenção dos agentes. Minutos depois estava dentro de um táxi a caminho do Jardim Satélite, bairro onde David morava.
- Você vai se arrepender disso Amanda. – Fala David ainda no carro a duas quadras próximo de sua residência.
- Tenho certeza que não.




INSPIRADO EM UMA HISTÓRIA REAL

autor:
LUIZ GUSTAVO

elenco
DAVID ASSUNÇÃO

AMANDA LOPEZ
ANDRESSA YAMASHITA

HERBERT VIANA

NICK SMITH
ADAM SMITH

FRANK SALVATORE
BRUNO LIMA

PROFESSORA MARIA
ROBERTO ASSUNÇÃO

MATHEUS
JEFERSON

DONA HILDA
SÁVIO MESSIAS
JUNIOR BRANDÃO

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
MARCELO MIRANDA
MÔNICA VELARDO


TRILHA SONORA:
SAVE ME - REMY ZERO (abertura)

COLABORAÇÃO:
MÁRCIO GABRIEL
JULIANA CORDEIRO


PRODUÇÃO:
BRUNO OLSEN
CRISTINA RAVELA


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.






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