0:00 min       E VAMOS À LUTA!     NOVELA
16:00 min    

WEBTVPLAY APRESENTA
E VAMOS À LUTA!
Novela escrita por
Débora Costa

BASEADA NA OBRA 'A FÁBRICA', DE GERALDO VIETRI
Colaboração
Tainá Andaluz

Revisão de Texto
Cristina Ravela
Marcelo Delpkin

Direção
Wellyngton Vianna

Núcleo
Cyber TV

Personagens desse capítulo
Alex
Alfredo
Amanda
Ângela
Bruno
Camila
Célia
César
Clarice
Daniel
Denise
Eduarda
Erasmo
Fábio
Gabriel
Isadora
Ivan
José
Josivaldo
Juliana
Kira
Liz
Lúcia
Manuela
Marta
Nicolas
Otaviano
Patrícia

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Todos os direitos reservados.
Capítulo 30 de 37

Cena 1/Int./Hospital/Sala de Espera/Dia.

Liz, Lúcia, Gabriel, Amanda, estão aflitos esperando notícias, Liz está sentada pensativa, Fábio se aproxima dela.

FÁBIO

Não fica assim, Liz, daqui a pouco alguém vem e dá notícia. 

LIZ

Não é só pelo José que estou mal... Alex, confessando que matou o meu pai, e que ele é meu irmão, não sai da minha cabeça.

FÁBIO

Você tem que ver se ele é seu irmão mesmo, pra mim isso é coisa da cabeça dele.

O médico entra, Lúcia se aproxima.

LÚCIA

(preocupada) E aí doutor, como o tá o meu marido?

MÉDICO

Ele ainda não acordou da cirurgia. 

GABRIEL

(preocupado) Que cirurgia? 

MÉDICO

Seu José teve um infarto, e nós tivemos que operar.

AMANDA

(preocupada) O meu pai vai ficar bem?

MÉDICO

Tudo indica que sim, agora se me derem licença, vou ver outros pacientes.

O médico sai, Lúcia se senta, preocupada, aflita.

LÚCIA

Isso não pode ta acontecendo.

LIZ

Você ouviu o médico, Lúcia, o José vai ficar bem, você vai ver.

LÚCIA

Não sei como, tá tudo caindo na cabeça da gente, e ainda você trouxe o Zé pra cá, não tenho de onde tirar dinheiro para pagar a conta do hospital.

LIZ

Isso você pode deixar comigo, eu perdi a herança, mas eu tenho algumas coisas fora dela, e entre elas tenho uma conta no banco, então eu faço questão de ajudar.

Amanda se senta ao lado de Lúcia, está triste.

AMANDA

Eu só quero que o papai volte logo para a casa.

Liz observa, se afasta, Fábio vai atrás de Liz.

FÁBIO

Você tá bem?


LIZ

Não, nem um pouco, tudo isso é culpa minha, eu nunca deixo de ler nada, não sei como pude assinar algo sem ler! Perdi coisas que não eram só minhas... As pessoas dependiam de mim, e eu fracassei!

FÁBIO

Onde? Olha o que você tá fazendo pelo José, você acha que ele seria atendido tão bem num hospital público, como foi aqui? 

LIZ

É o mínimo que posso fazer... 

Alejandro se aproxima, fica aliviado ao ver Liz, a abraça.

ALEJANDRO

Liz, que bom te encontrar, fui até a sua casa e aquela sua amiga me contou tudo o que aconteceu.

LIZ

Ela não é minha amiga.

ALEJANDRO

Eu vim oferecer ajuda pra você, se precisar de um lugar para ficar posso te arrumar uma casa.

FÁBIO

Cantorzinho, eu sou transparente? 

ALEJANDRO

Não, mas a conversa é com ela.


FÁBIO

(ri debochado) Liz, manda esse cara pastar, ele já tá me irritando.

LIZ

(nervosa; tom baixo) Eu quero que vocês parem de brigar! Aqui não é lugar!

ALEJANDRO

Desculpa, tem razão, mas o que precisar pode contar comigo.

LIZ

Obrigada.

Fábio olha Liz nos olhos, segura a mão dela.

FÁBIO

Liz, quando você bateu no meu carro, você me deu dinheiro para o conserto, você devolveu todos os benefícios atrasados da gente. Quando José perdeu tudo, você foi lá e deu dinheiro pra ele, agora mesmo sem poder, você tá pagando a conta do hospital... E eu quero te ajudar, quero que você fique comigo, no meu apartamento. Eu tô pedindo pra você não aceitar a ajuda desse cara, me deixa fazer isso por você.

ALEJANDRO

Deixa de ser egoísta/

LIZ

Aceito, Fábio, eu vou ficar com você.

Fábio sorri, feliz, beija Liz. Alejandro fica sério, chateado.


LIZ

(a Alejandro) Quer me ajudar?

ALEJANDRO

Quero, mas já vi quem nem isso posso fazer.

LIZ

Pode, eu quero que você dê para a família de José tudo o que eles precisarem, você pode fazer isso por mim?

ALEJANDRO

(sorri) Posso.

LIZ

Então vai falar com ele, estão ali na sala de espera, a mulher dele se chama Lúcia.

Alejandro entra na sala de espera. 

FÁBIO

Por que você trata ele assim? Com esse carinho todo?

LIZ

(sorri) Porque ele é um grande amigo, gosto dele.

FÁBIO

Eu não gosto disso hein.

LIZ

Eu sei, mas nem ligo. Alejandro vai continuar sendo meu amigo.

FÁBIO

Pelo menos, você aceitou a minha ajuda.


LIZ

É, e só quero ver como será a nossa convivência, pelo menos até eu recuperar minhas coisas, e eu nem sei como.

Liz fica pensativa, preocupada. 

Cena 2/Int./Mansão Camargo/Sala/Dia.

Clarice está tomando champanhe, Kira desce as escadas.

CLARICE

Kira, você já falou para o Alex vir jantar aqui hoje? Para a nossa comemoração. (sorri).

KIRA

Falei, e ele virá, claro.

CLARICE

Nunca pensei que um dia sentiria uma alegria tão grande.

KIRA

Você já contratou uma empregada nova?

CLARICE

Ainda não, preciso fazer teste com algumas, e ver qual será a melhor.

Renato se aproxima.

RENATO

Eu vou até o clube, e não demoro.

CLARICE

Vai fazer o que lá?

RENATO

Não é da sua conta.

Renato sai, Kira sorri pensativa. 

KIRA

Se você bobear, vai perder o Renato.

CLARICE

Por quê?

KIRA

Porque ele não gosta de você, isso tá na cara.

CLARICE

Mas a gente tem um caso há anos.

KIRA

E quando ele te deu apoio para se separar?

CLARICE

(pensativa) Nunca.

Kira

Então, ele não gosta de você, mas gosta da Liz, a gente precisa ficar de olho aberto, se não o Renato pode estragar tudo.

CLARICE

Ele que se atreva, nem sei do que sou capaz de fazer.

Cena 3/Ext./Praça/Dia.

Josivaldo e Denise estão sentados.

DENISE

Eu ainda me surpreendo com as coisas que minha mãe é capaz de fazer... Coitada da Liz.

JOSIVALDO

E de você também, ela te colocou pra fora, por minha causa.

DENISE

Ela me deu duas opções, e eu escolhi você, foi uma decisão minha.

JOSIVALDO

Agora a gente vai ter que adiar o casamento.

DENISE

Sabe o que eu estava pensando? E se a gente se casar no civil, podemos fazer uma festa depois.

JOSIVALDO

Denise, mesmo eu ter perdido o emprego, ficar ainda mais pobre, você quer se casar comigo?

DENISE

Claro que sim, emprego você arruma outro, e eu também vou arrumar um, agora... Amor é raro encontrar. (sorri).

Josivaldo beija Denise.

JOSIVALDO

Concordo com você, meu amor.

DENISE

Então não vamos mais perder tempo, e vamos casar logo.

JOSIVALDO

Quando?

DENISE

Hoje.

JOSIVALDO

(surpreso) Hoje!

DENISE

(ri) Sim, vamos falar com o meu pai, ele vai nos ajudar.

Cena 4/Int./Mais Tarde/Faculdade/Corredor/Dia.

Gabriel está caminhando triste, preocupado, Camila se aproxima.

CAMILA

Oi, como está o seu pai?

GABRIEL

Bem, ele já acordou.

CAMILA

Que bom.

GABRIEL

Sim, eu vou até a diretoria agora, com licença.

CAMILA

O que você vai fazer lá?

GABRIEL

Trancar a minha matricula, vou precisar ajudar mais em casa, até meu pai estar melhor.

CAMILA

Não faz isso, Gabriel.

GABRIEL

Camila, é o tipo de coisa que você não entende/

CAMILA

Eu entendo sim, e falo para o seu bem, e eu tenho certeza que se seu pai souber disso vai ficar muito chateado, já que ele faz de tudo para você se formar.

GABRIEL

Eu sei, mas não tenho como estudar e ajudar em casa ao mesmo tempo.

CAMILA

Eu te ajudo.

GABRIEL

Você? 

CAMILA

Sim, eu, ajudo em tudo que puder.

GABRIEL

Você tem certeza?

CAMILA

Tenho, porque amo você, e sei o quanto você ama sua família.

GABRIEL

Caiu alguma coisa na sua cabeça? Você está bem?

CAMILA

De certa forma caiu: Consciência... Me deixa te ajudar, isso vai fazer bem a nós, e quem sabe você me perdoa.

GABRIEL

(pensativo) Tudo bem, mas... Já te perdoei, Camila.

CAMILA

(sorri) É bom saber disso, porque como disse, eu te amo.

GABRIEL

(sorri) Também te amo.

CAMILA

Então, podemos voltar?

GABRIEL

Vai depender dessa mudança que você falou que teve.

CAMILA

(sorri) Você vai ver, mudei mesmo.

GABRIEL

Quero ver na prática.

Gabriel beija Camila.

Cena 5/Int./Apartamento de Eduarda/Sala/Dia.

Eduarda e Erasmo estão sentados.

EDUARDA

Eu acho que a gente deveria fazer alguma coisa para ajudar a Liz, a recuperar a tecelagem.

ERASMO

Eu também acho, meu amor, mas o quê? 

EDUARDA

Ainda não sei, mas podemos pensar em algo juntos.

Patrícia se aproxima.

PATRÍCIA

Vocês não vão acreditar... O papai foi preso.

EDUARDA

Isso iria acontecer cedo ou tarde filha, como foi?

PATRICIA

A polícia arrombou a porta do apartamento dele, porque ficou comprovado que ele matou mesmo a mulher que ficava com ele.

ERASMO

Lamentável uma coisa dessas, que ele pague por tudo.

EDUARDA

E capaz de descobrirem mais coisas.

PATRICIA

(chateada) É triste saber que além de não gostar de mim, ele faz esse tipo de coisa.

ERASMO

Patrícia, eu não sou seu pai, mas gosto muito de você, como se fosse minha filha.

PATRICIA

Mesmo eu tendo sido tão chata com você?

ERASMO

Mesmo assim, porque eu entendia seus motivos.

PATRICIA

Obrigada, Erasmo.

Patrícia vai para seu quarto, Eduarda abraça Erasmo.  

ERASMO

Você acha que ela vai gostar de mim um dia?

EDUARDA

Ela já gosta de você.

Cena 6/Int./Mercadinho/Dia.

Fábio e Liz entram, Manuela se aproxima.

MANUELA

(sorri) Oi, e aí? Conseguiram resolver as coisas?

LIZ

Não, dona Manuela, infelizmente ainda não surgiu uma solução para recuperar minhas coisas.

MANUELA

Mas vai conseguir.

FÁBIO

Dona Manu, a Liz vai ficar um tempo aqui comigo, tem problema?

MANUELA

Nenhum, vai ser um prazer.

LIZ

(sorri) Obrigada.

FÁBIO

E dona Manu, você sabe que eu fui demitido e pelo jeito aquele imbecil não vai dar mais nenhum centavo pra gente, então acho que o aluguel vai atrasar.

MANUELA

Não vai, porque não vou cobrar nada.

FÁBIO

Não, isso não é justo, e/

MANUELA

E, nada, eu sou a dona e eu falo que quando você tiver outro emprego, você volta a me pagar.

Carlos entra apressado. 

CARLOS

Liz, eu já tenho a solução para recuperar sua herança.

Cena 7/Int./Mercadinho/ Apartamento de Fábio/Dia.

Liz está sentada lendo alguns documentos, Fábio e Carlos estão de pé.

LIZ

Tio, realmente essa é a solução, mas para isso a Clarice e o Alex precisam assinar a anulação do contrato, e isso é impossível.

FÁBIO

A gente pode fazer igual foi com você, dá um jeito e fazer eles assinarem.

CARLOS

Eles devem estar atentos, não vão assinar qualquer coisa sem ler, e fora que na tecelagem não tem mais ninguém e em que possamos confiar.

LIZ

(pensativa) Algum jeito deve ter, e vamos descobrir, mas até lá, vou ter que me virar de outra forma, não consigo ficar parada.

FÁBIO

Nem eu, qualquer coisa que aparecer tô fazendo.

O celular de Liz toca, ela atende.

LIZ

Alô. (fica séria ao reconhecer a voz de Renato) O que você quer? (ouve) Eu não vou me encontrar com você! (ouve, suspira) Está bem, eu vou, e espero que seja realmente importante. (desliga).

FÁBIO

Quem era?

LIZ

Renato, ele quer me encontrar no clube, disse quem tem algo importante para me falar.

CARLOS

Toma cuidado, Liz.

FÁBIO

Eu vou com você.

LIZ

Não, é melhor que ir sozinha, não se preocupe, vou ficar bem.

Cena 8/Int./Delegacia/Dia.

César está sendo interrogado pelo delegado, um policial entra.

POLICIAL

Com licença, saíram os resultados daquele corpo carbonizado que encontraram. É de uma mulher, e é a filha daquela senhora que prestou queixa esses dias, é a Ângela.

DELEGADO

Chama ela aqui e vamos dar a notícia.

CÉSAR

Se eu falar quem matou essa mulher, posso ter minha pena diminuída?

DELEGADO

Você sabe quem fez isso?

CÉSAR

Sei, e entrego quem foi se me garantirem que terei minha pena diminuída.

DELEGADO

Tem minha palavra, pode falar, quem matou essa mulher?

CÉSAR

Alex Vietri, ele matou a Ângela, e me chamou para ajudar a colocar fogo no corpo.

O delegado e o policial se olham.

Fim do capítulo


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